Há tempos eu costumava parar de seguir quem postava coisas que me desagradavam, porque me irritava com elas. Hoje, não mais. Viver em sociedade é exercitar a tolerância - o melhor dos freios contra as agressões, físicas ou verbais.
Tolerar significa perceber que o centro da órbita não é o nosso umbigo; existem pessoas lá fora, com as mais diversas preferências, muitas vezes diferentes das nossas. Mas não é porque alguém gosta de amarelo, e eu prefiro azul, que devo ignorá-la. Se gostar de algo só atinge quem exercita o objeto do verbo, por que deveria me incomodar com isso?
Atualmente, se compartilham algo que julgo ser desagradável ou impertinente, lembro logo quantas bobagens eu já devo ter dito; quanta besteira já devo ter compartilhado. Lembro, também, quantas vezes mudei de opinião - mesmo em curtíssimos intervalos de tempo.
A verdade não pertence a mim, mas às circunstâncias - mutáveis por definição. Ela não aceita o radicalismo de uma conduta imposta rigidamente; tudo depende. Se assim é, por que deveria eu condenar se alguém não consegue defini-la - que é o mesmo que tentar contar, a olhos nus, as batidas de asas de um beija-flor?
Toleremos. Se alguém um dia errar, me parece razoável perceber nossa própria incapacidade de definir o que é realmente certo. Essa disposição humilde (aceitar que não sabemos tudo) ajuda a identificar o quão imprecisa é a condenação da conduta de alguém.
Diante do palavrão, bom mesmo é refletir sobre a razão de ter sido dito - talvez porque quem agride, primeiro, sofre. Se o objetivo foi fazer graça, lembro que Ariano Suassuna nunca precisou de um para ser engraçado, o que me faz querer ler, de novo, o Auto da Compadecida. E assim confirmo que tolerar é a melhor via - faz-se do palavrão um bom aprendizado; sobre as causas de uma dor, sobre as origens da piada.
Tolerar significa perceber que o centro da órbita não é o nosso umbigo; existem pessoas lá fora, com as mais diversas preferências, muitas vezes diferentes das nossas. Mas não é porque alguém gosta de amarelo, e eu prefiro azul, que devo ignorá-la. Se gostar de algo só atinge quem exercita o objeto do verbo, por que deveria me incomodar com isso?
Atualmente, se compartilham algo que julgo ser desagradável ou impertinente, lembro logo quantas bobagens eu já devo ter dito; quanta besteira já devo ter compartilhado. Lembro, também, quantas vezes mudei de opinião - mesmo em curtíssimos intervalos de tempo.
A verdade não pertence a mim, mas às circunstâncias - mutáveis por definição. Ela não aceita o radicalismo de uma conduta imposta rigidamente; tudo depende. Se assim é, por que deveria eu condenar se alguém não consegue defini-la - que é o mesmo que tentar contar, a olhos nus, as batidas de asas de um beija-flor?
Toleremos. Se alguém um dia errar, me parece razoável perceber nossa própria incapacidade de definir o que é realmente certo. Essa disposição humilde (aceitar que não sabemos tudo) ajuda a identificar o quão imprecisa é a condenação da conduta de alguém.
Diante do palavrão, bom mesmo é refletir sobre a razão de ter sido dito - talvez porque quem agride, primeiro, sofre. Se o objetivo foi fazer graça, lembro que Ariano Suassuna nunca precisou de um para ser engraçado, o que me faz querer ler, de novo, o Auto da Compadecida. E assim confirmo que tolerar é a melhor via - faz-se do palavrão um bom aprendizado; sobre as causas de uma dor, sobre as origens da piada.
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