quarta-feira, 9 de julho de 2014

Bigodaço


Em seis minutos eu mal faço um miojo. Nem consigo completar a retirada da minha barba. Suspeito que Felipão, em seis minutos, não consiga capinar o bigode. Mas em seis minutos constrói-se um hexa. Ele veio - do cronômetro e da defesa. Seis minutos de um time só: dos vinte e três aos vinte e nove do primeiro tempo. Ao todo, um hexa de diferença no placar.

Segurança, educação, saúde, higiene, transporte, ordem - a Alemanha deve ser seis vezes melhor que o Brasil. E hoje foi no futebol. O que resta para nós? Tapioca na sé? Acarajé na Fonte Nova?

Em seis minutos o facebook produziu todas as combinações possíveis de piada. Quase igualou a força do ataque alemão em eficiência; e da defesa brasileira em desespero. Tenho mais nenhuma; por falta de criatividade e obediência. Porque dizem que alemão fala latindo. Pois bem, latiram e assenti: pus o rabo entre as pernas e fui ao silêncio recolhido. 

Se é a copa das copas, não sei. Mas foi a maior humilhação da história delas. Alemanha sofreu com Gana, EUA e Argélia. O Brasil apareceu para bagunçar a tendência - de que a Alemanha estava prestes a cair. Mas confirmou outra: o da nossa seleção era cambalear.

A tragédia anunciada pela bola chutada pelo Chileno, no finalzinho das oitavas, serviu de profecia: o destino da canarinha era chão; de joelhos e de choro. Foi pena ter uma trave no caminho: ficasse nas oitavas e mudaríamos o verso - não havia trave; não havia trave no caminho. Pior foi ter nele os alemães, contemplados por um grande bigode no banco de reservas.

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