Em quase todo carro há crucifixo pendurado. Mas, mil ou importado, o destino é o sinal: vermelho. E quando não há semáforo, tem parachoque, um atrás do outro. Mas parar tanto não é tão ruim: serve para orar. Talvez, por milagre, ande.
Há quem gaste o preço de casa por um velocímetro. Mas a Rui Barbosa é dormitório. Tudo bem: carro caro deve ser confortável para cochilar. Mas não sei: tenho a impressão que o Ortobom é mais aconchegante; também parece mais barato.
Recife é bíblico; mas nenhum Porsche é Moisés. Se houve mar, há carros. Eu quero fugir, mas a buzina não tem o mesmo poder que o cajado. Sendo assim, sou espécie de ateu: não dá mais para acreditar nesta cidade. Isso não é questão de motor, mas de fé. Pelo menos até que o trânsito me prove o contrário.
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