sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dogmas de um concurseiro

Além de tomar café e tirar foto, eu sou concurseiro. Serão frequentes os posts sobre organização direcionada ao estudo e preparação para provas, algo que sempre busco ter. 

A minha preparação é voltada à Magistratura Federal. Quero ser Juiz Federal por me identificar com o cargo. Entre as várias opções do serviço público, é a mais atraente pra mim.

Estudo há dois anos e minha coleção de reprovações já conta em 3: Juiz de Pernambuco, Juiz Federal da terceira região e da quinta. O que me conforta é o meu guru (William Douglas) ter reprovado seis vezes antes de ter sucesso. 

Comecei minha preparação em agosto de 2010 e aprendi muita coisa de lá pra cá! Errei muito, principalmente por não ter escolhido um método de estudo e continuado nele. Mas, eu estudo, também, o erro. Na verdade, sou apaixonado pelo erro. Tenho um vício particular de consertar as coisas... 

Hoje, me sinto mais maduro. Dois anós após o ínicio da minha caminhada, tenho orgulho de, pelo menos, dizer que não passei um mês sem estudar. Tive algumas pausas, mas curtas. E talvez inevitáveis. Como a morte da minha mãe, em janeiro desse ano. Mas sigo em frente. Não precisei de mais que alguns dias para perceber, lá no começo da jornada, que o segredo é continuar, mesmo que aos tropeços. Um dia o corpo se apruma. 

Li Alexandre Meirelles, Alexandre Henry e William Douglas. Todos concurseiros de sucesso. Li outros livros. Matérias sobre programação neurolinguística, funcionamento do cérebro também. Estudei o hábito. 

Mas, deixando a minha história pra trás, vamos ao que interessa. Filtrei tudo que entendi desses ensinamentos e estabeleci alguns dogmas. 

1 - O estudo eficiente não é o estudo de altas cargas diárias. É o estudo confortável. É o máximo de horas com bom rendimento, sem que desgaste a nossa paixão que nasce diariamente. Vale o seguinte: "Água demais mata a planta". Se só dá pra estudar 2, 3 horas por dia, mantendo a empolgação e a sanidade mental, esse é o estudo perfeito! Se consegue estudar 8 horas por dia e se sentir absolutamente feliz, administrando todas as outras atividades da vida, ótimo! Só acredito que esta última opção só vale para um monge isolado num mosteiro: sem pai, mãe, tio, namorada, amigos, cachorro, periquito, etc.

2 - Decorre do primeiro. Estudo eficiente é o habituado. Se o estudo não prejudica a nossa felicidade, conseguimos mantê-lo por longos períodos. E, cada vez que sentamos na cadeira pra ler a matéria, fazemos isso com grande interesse! Estudar pouco, mas todo dia, é mais importante que não ter ritmo, estudando muito dias isolados. 

3 - Para manter o hábito, é importante, pelo menos no início, ter algum instrumento que dê pra checar a frequência do estudo. Eu uso um calendário. Ponho etiquetas amarelas para os dias que cumpri minha meta. Se não cumpri por 10 minutos, a tarja é vermelha. Porque demonstra a quebra do hábito e faz com que eu não queira, de jeito nenhum, outra cor que não a dourada! 

4 - Algo que demonstre que o estudo está caminhando. Uma lista com todos os assuntos do edital, com um "Ok" do lado, a cada vez que a matéria é estudada, pode ser uma boa opção. Isso estimula a seguir em frente, nos dias que não estamos tão dispostos. 

3 - É importante testar o conhecimento adquirido. Só os gênios aprendem sem praticar os ensinamentos acumulados. É essencial fazer questões! Isso solidifica a matéria no nosso cérebro. Mais: essencial fazer questões da banca que prepara o concurso-alvo! 

4 - Ser feliz. Significa estudar por algo que seja uma paixão. Se a motivação é o salário, tenho pena de você. Viver é mais que dinheiro. E, quando percebemos isso, jogamos fora a pressa. Andando devagar, alcançamos as mais longas distâncias, sem deixar passar o desfrute da paisagem. Eu quero ser Juiz Federal, mas não é só o cargo que manterá minha felicidade quando mais velho. Estudo café, fotografia, vejo bons filmes, jogo tênis, tenho bons relacionamentos com as pessoas próximas. E, se isso atrasar minha aprovação? Que tem, se a vida é um passeio?


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